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Segundo dia

Cleo Silva

08/04/2015

 

Cena

Edgar Barros apresentou o espetáculo “Trans-Parência”, uma forma de chamar a atenção para a luta contra a homofobia e a transfobia. Um alerta chamando a atenção para a violência contra transexuais que acontecem dentro e fora da universidade.

 

Mesa I

José Américo integrante da Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) e coordenador de tutoria do Curso de Especialização UNIAFRO:Política de Promoção da Igualdade Racial na escola foi o convidado da mesa redonda “Pertencimento étnico-racial e relacionamentos afetivo-sexuais”, na qual apresentou o recorte de uma pesquisa que fez no mestrado em Sociologia das Relações étnicorraciais na Universidade de São Carlos, em São Paulo. Neste recorte, falou sobre a endogamia, que é um costume, no qual as pessoas só se relacionam dentro de seu grupo racial, principalmente nas questões afetivas, os membros não se casam com pessoas de outras comunidades ou etnias.

Outra questão abordada por José Américo foi a branquidade.

Ao falar sobre a solidão da mulher negra, relatou que se lembra de uma época em que era militante de um movimento negro e as mulheres questionavam o porquê de alguns homens negros preferirem mulheres brancas.

Debateu também sobre a forma como o corpo do negro é visto: hipersexualizado. “A ideia de ver o homem negro só pela protuberância de seu órgão sexual, é aproximá-lo da categoria de um animal”, disse José Américo.

Igualdade racial e busca do espaço e direitos dos negros também foram discutidos. José Américo declarou: “Eu acredito que quando a gente levanta a bandeira da luta pela igualdade, precisamos prestar atenção se a nossa bandeira não está oprimindo ninguém, porque se oprimir, a gente não está lutando conta a opressão”.

 

Mesa II

O “Coletivo do Veloso” foi representado por três integrantes: Eduardo Evangelista, Douglas Aparecido e Sidinéia Santos, que abordaram assuntos sobre a ressignificação do negro frente à historia da mineração do ouro. O foco principal foi a Mina Du Veloso, de propriedade do Eduardo, local onde iniciaram os trabalhos sobre essa influência e responsabilidade do negro, no processo da extração. Falaram que o negro representou muito mais que um braço para o trabalho, mas também idealizou e criou um processo de engenharia para desenvolver o trabalho. Foi passado um vídeo produzido na Mina Du Veloso, mostrando suas galerias.

O Coletivo falou sobre a importância que tem o bairro Veloso para a história de Ouro Preto e pretendem passar essas informações para o máximo de pessoas da região e também visitantes. Falaram sobre o pouco espaço que o negro ocupa na sociedade brasileira devido aos pontos de comandos serem dominados por pessoas de origem europeia.

 

 

 

 

 

 

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Confira mais fotos, aqui.

O que você está achando da Calourada Preta? 

 

“Acho fantástica a iniciativa de fazer a Calourada Preta. É uma iniciativa louvável porque além de discutir temáticas como a violência, racismo, homofobia e machismo, também acolhe” - José Américo, UNIAFRO

 

“Fui convidado por uma amiga. É a primeira vez que participo e estou gostando bastante” - Samuel, docente e membro do Centro Acadêmico (CA)

 

 “Estou gostando muito das palestras, elas estão cumprindo o papel de mostrar o que o negro viveu e continua vivendo” - Raimunda, docente

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